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26.12.08

Juniperus Squamata 001

Esta é uma experiência que fiz aqui há uns dias com um juniperus que encontrei num viveiro. Passava entre as coníferas e encontrei este exemplar que achei curioso. Como hoje em dia parece haver procura por plantas que "rastejam" pelos canteiros, o jardineiro enterrou esta árvore uns bons 10cm acima da base, deixando crescer os ramos principais em todas as direcções, que com o peso da farta folhagem ficaram a paralelos ao chão. O resultado, uma árvore de copa circular, sem folhagem no centro, com quase um metro de envergadura e 30cm de altura. "Que estranha, será que dá alguma coisa?" pensei. Como era "baratinha", trouxe para casa para experimentar. (como não tinha muita "fé" no "bicho", infelizmente, não tirei fotos do estado inicial). 
Os dias foram passando e eu ia olhando para ela. Ideias, nenhuma. Quando já estava quase para a pôr na terra, decidi pegar nuns arames e fazer umas guias para ver se dava alguma coisa. Surpresa! Os trocos, apesar de já relativamente grossos eram muito maleáveis (mais do que é normal para esta espécie). Mais uma guia... depois outra... e foi assim que fui "enrolando" a árvore sobre si própria. O resultado para já é este.
Foto: Dezembro 2008
Foto: Pormenor das guias - Dezembro 2008
Foto: Pormenor das agulhas - Dezembro 2008

19.12.08

Fagus Sylvatica 001

Com o Outono a chegar ao fim eis que começa mais um projecto.
Já há algum tempo que andava à procura de uma faia. Encontrar uma boa para bonsai, é que já é outra conversa. Há sempre a hipótese do yamadori mas como tenho pouca experiência, fico-me pelos viveiros. Normalmente, cortam-lhes os ramos mais baixos para crescerem mais altas, o que as torna muito direitas e sem conicidade. A solução pode passar por fazer um alporque perto do ápice, mas para além de termos que esperar muito tempo para ter um bom nebari (as faias crescem devagar) há sempre muitos troncos a sair do mesmo ponto. Esta é uma excepção. Alguém, no passado, partiu-lhe o ápice, e por isso, ficou mais baixa e voltou a rebentar por baixo. E assim ficou num canto à espera que eu a encontrasse. O nebari e as fantásticas cores outonais levam-me a pensar que daqui por uns tempos teremos uma bonita árvore.

15.12.08

Acer Buergerianum 001

No fim deste verão encotrei este "tronco" de tridente numa promoção. Tinha ar de ter sido um projecto que correu menos bem, e depois foi posto na terra para recuperar. Crescimento desregrado, muitas e cicatrizes menos vigiadas eram alguns dos sinais que apresentava e como tinha sido apanhado há pouco tempo tinha poucas raizes que saiam do vaso provisório em que estava. Quando veio para casa decidi passa-lo para uma caixa de crescimento e deixar estar para ver como é que reagia. Estabilizou e pelas cores de outono que apresenta por estes dias parece estar tudo normal. Este inverno começa o trabalho de modelação.
Agosto 2008

Dezembro 2008

A História. O Verão inteiro a construir III.

Para o fim, ficou o relvado. Primeiro os sistemas de rega e depois a sementeira. Em Setembro já se podia ver o verde do tapete.
E pronto, a construção base terminou e o Verão também. O jardim, continua a mudar todos os dias. Não é por acaso que este blogue se chama "Work in Progress".

A História. O Verão inteiro a construir II.

Já com a calçada pronta, o projecto voltou a sofrer alterações. No sítio previsto para um canteiro, nasceu um deck de madeira para acolher os novos habitantes.

A História. O Verão inteiro a construir I.

À medida que foi crescendo, o projecto tornou-se mais ambicioso. O desenho original foi adaptado e introduziram-se novos materiais. Com a preciosa ajuda de L. e T., especialmente na reconstrução da calçada, o novo jardim foi nascendo.

A História. Descobrir o Bonsai.

Esta história tem duas metades. Aqui fica a segunda.
Andávamos nós, já embrenhados nos planos do jardim, a escolher plantas num viveiro em Sintra, quando passámos por uma prateleira com uns poucos bonsais expostos. L. disse "Achava graça ter um destes lá em casa.". Lembrei-me de ter visto uma placa no caminho que dizia "Museu do Bonsai" e pensei que provavelmente lá teríamos mais escolha. "Já sei onde é que vamos!" voltámos para o carro e seguimos as direcções. Entrámos e passámos uma boa meia-hora a ver a exposição. Depois, escolhemos um pequeno ulmeiro "farfalhudo" de que gostámos. E foi assim que adquiri o meu primeiro bonsai. Claro que, como não percebia nada do assunto, escolhi um exemplar com alguns erros. Aqui está ele:


Já em casa, lembrei-me que tinha visto um grupo de pessoas a ter uma aula de Bonsai e que tinha gostado da ideia. Como tinha que tratar do meu decidi inscrever-me na turma de Sábado de Manhã e começar a aprender. A partir daí, foi sempre a crescer. Ao primeiro bonsai juntou-se outro, depois outro e deixaram de caber em casa. O projecto do jardim, passava assim a ter uma nova faceta e por isso foi adaptado. Mais árvores, mais projectos, e foi assim que nasceu este blogue.

12.12.08

A História. E se fizéssemos um jardim?

Quatro meses depois deste blogue ter nascido, chegou agora a altura de entrar em actividade. Ideias mais arrumadas, material reunido, vamos lá então começar pelo princípio: a história.

Esta história começa em Algés, numa amena tarde de primavera de 2008. O calor já começava a chegar e por isso, naquele dia a família decidiu almoçar cá fora. Sentados no terraço, a olhar para aquilo que em tempos deveria ter sido o jardim, alguém disse "Que pena não estar arranjado, assim os míudos não podem brincar lá em baixo." e alguém logo a seguir "Estas árvores estão grandes demais, tapam o sol e assim não cresce nada, só ervas daninhas". As árvores eram uma tangerineira e uma laranjeira centenárias que sobraram do antigo pomar que existia naquele local. Na altura, não tinha muito que fazer ao fim-de-semana, e dei por mim a pensar "E se eu podasse as árvores?". E ao pensar disse. L. disse logo que também ajudava e combinámos começar os trabalhos uma semana depois. Só mais tarde, já em casa, é que me lembrei de um pormenor fundamental: "Mas eu não percebo nada de jardinagem... Como é que se podam as árvores?". E foi assim que começaram a chegar os livros de jardinagem e as pesquisas na net. Depois da primeira "tosquia" o sol começou a entrar e o espaço encheu-se de luz. Começava a ser muito simpático. "E se continuássemos? E se pintássemos os muros? E se construíssemos canteiros? E se plantássemos um relvado? E se fizéssemos um jardim?".