Páginas

30.9.09

Reconstruir a base do tridente II

Nada como uma bela tarde de nevoeiro para concluir esta operação.
Neste caso, decidi aplicar um caminho diferente. O transplante de Outono. Técnica que venho a aprender com o Rui Ferreira na Escola do Jardim de Bonsai.
Antes de começar, uma ou outra consideração.
Estamos a falar de um tridente. Muito saudável.
Este processo não se aplica a árvores mais débeis nem a espécies de crescimento mais lento.
o mais importante, neste procedimento, é que os objectivos da primeira fase sejam cumpridos. Volto a repetir. Árvore saudável, sinais de grande crescimento.
Dito isto, vamos à reportagem.

Desde a primeira intervenção, este acer cresceu muito. Como se pode ver na imagem, a sua altura atingiu mais de 2 mts (2,10m para ser mais preciso). Cresceu mais ou menos livremente desde maio e apresenta bastante rebentação.
Ao lado do tridente, podemos ver a futura caixa, mais baixa e mais larga.
Ao retirar a rede, já dava para perceber que a operação tinha sido um sucesso.
Decidi incluir esta imagem só por curiosidade. Aqui podemos ver a estratificação das raízes nos vários planos do substrato.
Depois de vários horas a "pentear" as raízes o resultado começa a aparecer.
Não só as novas raízes nasceram nos cortes, mas também mais acima. Fruto da técnica da rede como protecção.

Aqui, já podemos ver o "pano de raízes".
Como o objectivo na próxima estação é, mais uma vez, de crescimento generoso, não vai ser cortado quase nada. Para que a árvore possa continuar a cicatrizar, bem como aguentar os enxertos previstos.
Para o novo substrato foi escolhida uma combinação de akadama de granolometria larga (no fundo) e média (na superfície). Não esquecer peneirar para retirar o pó excedente...
... nem "picar" o substrato para eliminar as bolsas de ar.
Por fim, aqui fica a imagem do tridente, já na sua nova "casa".
Para terminar, resta-me dizer que a ramificação está longe da sua posição final. Os ramos meio tortos e fora do sítio, não são mais do que o principio da próxima etapa:
Enxertos nos sítios onde faltam ramos.

Para os mais curiosos que ficaram a pensar "então e o ápice?... onde é que foi parar?". Foi separado em guias... mais de dez... Se pegarem e forem precisas, serão utilizadas nos enxertos. Se não, uma floresta de aceres, também pode ser uma bela aventura!

14.9.09

First thought

A semana começa com uma bela surpresa.
Aqui há uns tempos, descobri que tinham lançado um concurso de desenho sobre bonsai no blog Bonsaibark, órgão oficial da bem conhecida loja online Stone Lantern.
O meu primeiro pensamento foi "Olha... podia ser engraçado concorrer...". E ao pensar fiz. Peguei num virtual de um pinheiro que tinha desenhado para o Márcio Meruje, juntei-lhe a inspiração das "Montanhas Amarelas" na China e o estilo da caligrafia Japonesa. O resultado, foi este:
Quando acabei o desenho, fiquei a pensar "Será que está bem? Será que cumpre as regras? E as proporções? Será que devia pôr num vaso? Qual?"... Depois, olhei duas vezes e gostei do que tinha desenhado. E mandei.
Qual foi a minha surpresa quando soube que este desenho tinha ganho. Bem sei que não eram muitos concorrente, mas não deixa de saber bem.
Talvez o primeiro pensamento, o mais instintivo, o mais pessoal, seja mesmo o melhor. Ou pelo menos, possa ocupar um bom espaço nas nossas decisões.