Alguns shimpaku depois daqueles que mostrei há uns posts atrás, passámos para outros já um bocadinho mais adiantados. O pedido de Oyokata, assim à partida, parecia simples: “Remake this tree”. O que quer dizer, tirar o arame, limpar veia viva e madeira morta, limpar massa verde, aramar e voltar a por tudo no lugar. Mas, ao contrario do que parecia, é bem mais complicado. É que Oyokata torna-se cada vez mais exigente. “Aqui limpas-te muito... aqui limpaste pouco... “ a diferença é quase mínima, mas faz toda a diferença. Depois, a gestão do tempo. Nunca se pode perder muito tempo, nestes casos, com os pormenores. Não vale a pena. Ainda não é altura. “Talvez para o ano, ou no outro, esta árvore se transforme numa árvore maravilhosa... até lá, não percas tanto tempo, só o essencial”. E depois o arame. É sempre a mais. Eu uso menos.. e é sempre a mais... Segundo Oyocata, “A arte da aramação no Bonsai, passa por conseguir usar o menos arame possível”. Por falar nisso:
Mito nº2: O arame no Japão nunca deixa marcas nas árvores. Ah deixa, deixa... e não é pouco. Na maioria das vezes já está a morder bem fundo. Retirá-lo sem fazer estragos é outra técnica que se aprende. Na verdade, quase todas as coníferas em Taisho-en estão sempre aramadas. E pelo que eu tenho aprendido não podia ser doutra forma, se não fosse assim não aguentavam a posição. E quando são desaramadas, normalmente, é para serem aramadas de novo. Re-make.
Aqui ficam alguns exemplos:
A maior lição destes dias foi: Não estejas sempre a tentar fazer uma árvore final. Há sempre uma nova frente, há sempre uma nova posição. No tempo certo, isso vai acabar por acontecer. Se não, estás a perder tempo precioso. O teu e o da árvore.
2 comentários:
Viva João.
Magnifica a forma como estás a fazere estes "posts".
Um dia a dia de trabalho Bonsai,com os textos a explicar.Magnifico..
Da minha parte obrigado pela tua paciencia em ires publicando estes interessantissimo diario.
Pena calhar neste mês que na minha profição e região trabalha-se dia e noite e não tenho tempo para nada sem ser trabalhar.
Se não fosse isso,chateava-te quase diariamente,com cosquivelhices sobre o viveiro e a maneira como é gerido,que gustava de saber..
Viva à internet e a quem tem gosto em partilhar experiencias interessantissimas.
Um abraço.
Rodrigo
Viva Rodrigo,
Assim já não sou o único a "puxar pelo cabedal"... hehehe... Vai aparecendo!
Abr.
João
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