Aqui no Japão, por estes dias, há uma espécie de feriado nacional. Por isso, como já tinha escrito no post anterior, Oyokata não esteve. Por um lado foi bom, deu-me oportunidade de acalmar ligeiramente o ritmo. Pelo menos, já consegui acertar o jat-leg.... lol. Como ficamos poucos em Taisho-en, a rega ocupou uma boa parte dos dias. Mesmo quando não é preciso regar, é necessário estar sempre a confirmar. São muitas árvores e está muito calor.
Antes de se ausentar, Oyokata deixou-me dois shimpaku (juniperus Itoigawa) para trabalhar. Desaramar, limpar, abrir sharis, voltar a aramar e estilizar. O Jarek ficou encarregue de me orientar no trabalho. Explicou-me a aramação “Taisho-en way”. Não há cá truques. Nada de ganchinhos e coisas do género. Para além do arame não se poder sobrepor, todo tem de fluir pelos ramos. E usar o menos possível. Arame de cobre claro (que saudades que eu já tinha!). Como tinha mais algum tempo, fiz a parte da madeira morta à mão e com mais detalhe.
Aqui fica o resultado:
Shimpaku - antes
Shimpaku - depois
Shimpaku - antes
Shimpaku - depois
Hoje de manhã, Oyocata voltou. Logo pela primeira hora, disse-me para ir buscar as árvores. Olhou, voltou a olhar, alterou uma ponta ou outra e depois pediu-me para ir buscar mais. Trouxe uma e ele riu-se. “Porque é que só trouxeste uma? Mais!” Pronto, voltámos à correria...
Estas são árvores ainda a “meio caminho” de ser bonsai. Por isso o trabalho é ligeiramente diferente. Oyokata foi-me explicando que a imagem pretendida é, como na natureza, de uma árvore de montanha. Com um movimento que desafia a gravidade. “No ground tree”. Não é uma árvore que cresce calmamente na terra. A forma, mesmo sendo Moyogui, deve quase atirar para o han-kengai. Pegou numa caneta e exemplificou duas possibilidades para a árvore que estavamos a trabalhar.
Corta assim, abre o shari desta forma, nesta não se mexe corta só o arame... enfim, foi uma bela manhã de verão de volta dos shimpaku... um atrás do outro.
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